Logo RTM

Compartilhe

Sandbox regulatório: Quais soluções o mercado financeiro está esperando?
PorRTM

Facilitar o financiamento de boas ideias e diminuir seu time to market, gerando competitividade e atendendo às necessidades dos clientes: há algum tempo os reguladores vêm criando iniciativas para se aproximar do mercado e fazer isso com total segurança. Uma dessas iniciativas é o sandbox regulatório, que já é realidade no Brasil.

O conceito de sandbox regulatório é simples. Criar um ambiente apartado para testar com segurança, durante determinado período, uma solução inovadora na área financeira e de pagamentos. As condições são controladas e os requisitos regulatórios diferenciados, mas tudo é feito com clientes reais, o que produz um aprendizado validado. E o que é mais importante: em parceria com o regulador, a fim de acelerar a adaptação de produtos inovadores.

Mas afinal, que tipo de soluções o mercado financeiro espera do sandbox regulatório? É o que veremos neste artigo.

Sandbox e LIFT: qual a diferença? 

O sandbox regulatório do Banco Central do Brasil costuma ser confundido com o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT), no qual a RTM é parceira tecnológica. Embora seus objetivos sejam parecidos – estimular a competitividade por meio da inovação –, eles não são sinônimos.

Enquanto o LIFT é voltado para o acompanhamento de  ações inovadoras em fase intermediária, o sandbox está focado em projetos de inovação com mais maturidade, envolvendo testes em clientes reais e tendo óbvia intenção regulatória. 

Em Live sobre Sandbox realizada no ano passado pela RTM em parceria com o Distrito, a fundadora do Linker Bank, board do Open Banking do Bacen e Diretora Executiva da ABFintechs, Ingrid Barth, exemplificou o objetivo de um projeto sandbox “eu quero de fato abrir um parênteses na regulação existente e selecionar projetos para ficarem ali, a fim de entender essa inovação e seu impacto e, então, pensar em uma regulação futura”.

Assista ao vídeo completo da Live sobre Sandbox

 

 

Já o LIFT acompanha o desenvolvimento de projetos selecionados que usam tecnologias inovadoras, mas que ainda não estão no limiar regulatório, como o blockchain. O objetivo é entendê-las melhor e observar como estão sendo aplicadas. Por esse motivo, o LIFT não envolve testes com clientes reais.

Outra diferença é que o sandbox só pode ser feito por pessoa jurídica, enquanto o LIFT não tem restrição: qualquer pessoa pode propor um projeto.

O sandbox regulatório para o mercado financeiro

Uma das soluções que o mercado espera com o sandbox regulatório tem a ver com a quebra da lógica de que o olhar do regulador inibe a inovação. Agora, é sob as vistas dos reguladores que a inovação terá condições de ser feita, na base de boas práticas de compliance e de governança, minimizando riscos e maximizando resultados. Ou seja, com a ciência e o apoio da regulação.

Algumas instituições que vem colocando o sandbox regulatório em prática, como o Banco Central do Brasil (Bacen), a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

A Susep, por exemplo, quer coletar novas ideias e soluções com o sandbox para implantar o open insurance, conceito inspirado no open banking e que também prevê interoperabilidade entre eles. 

Esse tipo de iniciativa mostra ao mercado o quanto o setor de regulação está aberto a ouvir, entender e recepcionar projetos inovadores. Quanto mais próximo o regulador estiver do movimento de inovação, mais rapidamente será capaz de solucionar obstáculos. 

A dificuldade de interpretar e de aplicar as normas regulatórias tem sido um dos grandes entraves à inovação, dado o alto risco da não conformidade. Com essa proximidade, será possível receber orientação personalizada dos reguladores. 

Soluções esperadas pelo mercado

Tomando como parâmetro o sandbox do Bacen, várias prioridades foram definidas para o primeiro ciclo. Vertentes importantes para o sistema financeiro e o mercado de meios de pagamentos estão em pauta:

  • soluções para o mercado de câmbio: com a ampla reformulação do arcabouço legal desse mercado, cujo projeto de lei tem avançado no Congresso, há possibilidade abertas para inovações;
  • fomento ao mercado de crédito para microempreendedores, pequenas empresas e rural: criar condições para a promoção de uma alocação mais eficiente de recursos; 
  • open banking: projeto está em alta, inspirando modelos de negócio e produtos novos; 
  • PIX: junto com as novidades do PIX, dar ao mercado a possibilidade de explorar a infraestrutura de pagamentos instantâneos;
  • soluções financeiras e de pagamento que tenham como efeito a inclusão financeira: agenda que mostrou urgente com a pandemia e a necessidade de concessão de benefícios a informais;
  • finanças sustentáveis: na esteira da inclusão da dimensão da sustentabilidade, incluída em setembro de 2020 na agenda BC#.

 

Boa parte da pauta do primeiro ciclo do sandbox faz parte da agenda BC#. Dessa agenda, já é possível perceber que o regulador busca que as empresas se movimentem para criar soluções com alto impacto sobre o sistema financeiro, mas também – e principalmente – sobre a sociedade e o meio ambiente, para além da regulação que as obriga a isso. 

A expectativa é que venham soluções que explorem a tecnologia para ganhos como eficiência, aumento do alcance e capilaridade de produtos, da segurança e redução de custos.

Sandbox: experimentação nos limites da segurança

Com o sandbox, pela primeira vez, o mercado tem projetos inovadores observados com cuidado pelos reguladores, criando condições para que eles sejam validados com quem futuramente se beneficiará deles. As soluções esperadas pelo mercado, portanto, são ambiciosas e se coadunam com algumas novidades que já estão em desenvolvimento, caso do PIX e do open banking. 

 

Newsletter

Cadastre-se e receba todos os nossos conteúdos por e-mail, em primeira-mão.


    Prometemos não utilizar suas informações de contato para enviar qualquer tipo de SPAM.

    Veja outras notícias relacionadas

    A imagem mostra duas mãos segurando um smartphone e símbolos que representam verificação e segurança. Ao lado, está escrito em vermelho: Smart contracts.
    Smart contracts: aplicações, relação com o Drex e como implementar
    A imagem mostra uma foto do gerente de Segurança da Informação da RTM, Renan Barcelos, sorrindo. Ele veste um terno cinza escuro. No canto inferior direito, há um grafismo em vermelho com a pergunta "Fraudes bancárias: como proteger sistemas e clientes?".
    Fraudes bancárias: como proteger sistemas e clientes?
    Imagem de homem pensativo a frente de um laptop dentro do grafismo da RTM com a pegunta escrita ao lado: "O que são contêineres em uma cloud?"
    Como colocar soluções em contêineres em uma cloud?